Professor Nelson Foot

Jundiaiense, filho de Alfred Foot e Amy Tinson Foot, Nelson Foot nasceu em 29 de maio de 1908, residiu na Rua XV de Novembro, 1884, foi professor, filólogo, historiador, articulista e poeta.

Na infância cursou o Ginásio José Bonifácio, localizado na esquina das Ruas Prudente de Moraes e Cel. Siqueira de Moraes, pertencente ao professor Giácomo Ítria. Posteriormente estudou no Colégio D. Pedro II, localizado na Rua do Rosário, onde hoje está instalado o Grande Hotel, e que foi de propriedade do professor e diretor João Luiz de Campos.

Autodidata, Nelson Foot, constituiu uma vasta biblioteca em sua residência, lecionou em diversas escolas em Jundiaí e outras cidades do interior de São Paulo.

Na Escola Normal de Santa Rita do Passa Quatro foi diretor além de lecionar latim, português e inglês. Em Jundiaí foi professor de português e de inglês na Escola de Comércio Prof. Luiz Rosa, e de latim, inglês e francês em colégio da rede estadual. Trabalhou na Companhia Paulista de Estrada de Ferro.

Considerado uma das grandes autoridades linguísticas foi por muitos anos, durante os anos de 1930, articulista no Jornal “A Folha”, com uma coluna chamada “Questiúnculas da Língua Portuguesa“.

Em 1942, comandou grupo que constituiu em Jundiaí a “Casa de Castro Alves“, criada no Gabinete de Leitura Ruy Barbosa, da qual foi presidente por aclamação de intelectuais como Benedito de Paula Certain – “Benoit Certain“, historiador, compositor e poeta; Lázaro Miranda Duarte, professor, cronista, dramaturgo e jornalista; Luiz Plínio Martins Bonilha, historiador entre outros.

Foto de jantar, no antigo restaurante “Chácara das Carpas”, em homenagem ao D. José Romeiro Pereira. Professor Nelson Foot é o primeiro no canto à direita

Implantou o SENAI de Jundiaí foi seu primeiro diretor onde continuou a desempenhar essa função por mais de duas décadas, entre 01/05/44 a 31/01/69. A Escola SENAI “Conde Alexandre Siciliano” já funcionava, desde 1944, na Rua José do Patrocínio, 549, na Vila Arens, num prédio próprio e adaptado, mas próximo às principais indústrias da região. Em maio de 1951 a Prefeitura Municipal de Jundiaí doou para o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI, um terreno de aproximadamente 6700 metros quadros na região do Vianelo, localizado entre as Ruas Fortunato Mori e João Scabin, onde atualmente encontra-se a EMEB Dr. Ramiro Araújo Filho e a Praça Pública, para construção de escola. No entanto não foi possível a viabilização do projeto naquela área devido as condições do terreno e por ser considerado pequeno para a implantação do projeto. Diante disso e com a colaboração de estudos do professor Nelson Foot a Prefeitura Municipal encaminhou, em 1952, para a Câmara de Vereadores outro Projeto de Lei para a instalação do SENAI, no Bairro de Anhangabaú, e inaugurada agosto de 1961.

Professor Nelson Foot integrou a sub-comissão do “Marco Histórico“, criada pela Comissão de Cultura da Câmara Municipal, que sob a coordenação de Alceu de Toledo Pontes e ainda a participação de Antônio Raymundo de Oliveira, Armando Colaferri, Guilherme Enfeldt, Júlio Seabra Inglez de Sousa e Plínio Luís Martins Bonilha, tiveram a incumbência de estudar, sob diversos aspectos, a história de Jundiaí cujo Terceiro Centenário de Elevação à Vila transcorria naquele ano, e ficando sob a responsabilidade de Nelson Foot e Armando Colaferri a tarefa de apresentar o relato circunstanciado e conclusivo que está descrito no livro “Elementos para a História de Jundiaí“, publicado em 1955. Mais tarde, os professores Nelson Foot e Armando Colaferri publicaram outro livro em 1971, “Em Torno da Fundação de Jundiaí“, reafirmando o que a tal comissão havia concluído.

No início da década de 1960 colaborou com a “Revista de Jundiaí“, onde também escreveram, Nelson Figueiredo Brito, Armando Colaferri, Mercedes Cruañes Rinaldi, Lázaro Miranda Duarte e tantos outros.

O professor Nelson Foot juntamente com Durval Knox da Veiga, José Leme do Prado Filho, Casemiro Brites Figueiredo, José Pacheco Neto Jr., Rubens do Amaral Gurgel, Vergílio Torricelli e inúmeros outros cidadãos jundiaienses mobilizaram-se, no final dos anos de 1960, para que uma Escola Superior fosse fundada em Jundiaí cuja ideia teve eco na administração municipal e, no ano de 1968, pela iniciativa do Prefeito Municipal Professor Pedro Fávaro, foi escolhido o curso de medicina, e em 12 de março de 1968 a Lei nº 1.506 foi promulgada criando a Faculdade de Medicina de Jundiaí.

Em novembro de 1964 participou juntamente com Geraldo Tomanik, MAurício Mojolla, Ulisses Jorge Martinho, Angelo Vendramini, João Murari, Orestes Loboda entre outros, a convite do então orientador do Museu de Jundiaí, Padre Antonio Maria Stafuzza, das discussões e tratativas para a instalação do Museu Histórico e Cultural Público de Jundiaí.

Nelson Foot colaborou juntamente com Vasco Antonio Venchiarutti, para a instalação do Colégio Técnico Agrícola, a hoje Escola Técnica Estadual Arquiteto Vasco Antonio Venchiarutti, localizada no bairro Terra Nova, e inaugurada em março de 1966.

Ao longo de sua vida colaborou no “Grande e Novíssimo Dicionário da Língua Portuguesa“, de Laudelino Freire e João Luiz de Campos. Ainda publicou “Da Língua Latina” em 1932, “Como ensinar Latim” em 1933; “A Importância da Língua Portuguesa“, em 1944; “A Palavra Doutor“, em 1945; “A Obra Poética do Padre Guerrazzi” em 1947, patrocinado pelo Gabinete de Leitura Ruy Barbosa, Sociedade Amigos de Jundiaí e Jornal “A Folha”; “Poesia Popular”, em 1947, publicado na Revista Rotary Brasileiro, nº 224, Rio de Janeiro; “João Luiz de Campos, Filósofo e Filólogo”, em 1947 na Revista da Academia Brasileira de Filologia, Rio de Janeiro; “Árvores Tricentenárias” em comemoração ao tricentenário de Jundiaí, em 1955 na Revista Paulistania – do Clube Piratininga; e “A Educação na Grã Bretanha”, em 1959.

Nelson Foot, manteve-se ativo, colaborando com artigos em sua especialidade e também com poesias e crônicas para a imprensa, sendo que um de seus últimos textos foi elaborado com aproximadamente 40 linhas sem o uso da primeira vogal, intitulado “Artigo Mudo“, para o Jornal de 2ª feira, em 1975.

Quando do falecimento do professor Nelson Foot, em 20 de janeiro de 1984, Antonio Geraldo de Campos Coelho, sociólogo, escreveu:

“…Nelson Foot era o ápice da cultura jundiaiense. Permaneceu, sempre, porém no anonimato, como sói occorrer com muitos genios. Na solidão, porém perscrutar a vontade, sem a ingerência perniciosa de néscios. Causava inveja a muitos os seus conhecimentos, como Henry Bergson, de dificil leitura, mesmo no idioma vernáculo, ele os lia com natural facilidade. Administrou aulas em diversas disciplinas. Conhecia o grego e o latim, além de inúmeros outros idiomas… Colaborou para decifrar o enigma da historiografia jundiaiense, dando, assim, seu concurso, originado dos exuberantes conhecimentos que possuía sobre o assunto… A simplicidade de Nelson Foot era admirável. Como poderia alguém, com o conteúdo intelectual de que era possuído, ser tão comum em seus gestos, na maneira de tratar os outros?… Este…escrito é um panegírico, um agradecimento de terra de Petronilha a um de seus filhos que mais luzes lançou sobre a cultura de nossa cidade…

Em homenagem a tão ilustre jundiaiense, no dia 24 de agosto de 1984 foi assinado o Decreto Municipal nº 7504, dando ao prédio da Biblioteca Municipal localizada na Rua Barão de Jundiaí, nº 109, atual Pinacoteca Municipal “Diógenes Duarte Paes”, o nome de “Biblioteca Municipal Prof. Nelson Foot”. Naquela ano, ainda, foi publicado o Decreto Municipal nº 7638, de 16 de novembro de 1984, alterando a redação daquele primeiro para então denominar a Biblioteca Pública como “Biblioteca Pública Municipal Prof. Nelson Foot”.

 

 

 

Árvores Tricentenárias

Poesia Popular

 

 

 

 

 

 

 

Requerimento de agradecimento pela colaboração quando da elaboração do PL 332/52

Requerimento de louvor pelo brilhante trabalho realizado em relação à História de Jundiaí na passagem de seu III Centenário.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Referências Bibliográficas:

  • Câmara Municipal de Jundiaí
  • Enciclopédia Cultural de Paula
  • Foot, Nelson; Colaferri, Armando. Elementos para a História de Jundiaí
  • Foot, Nelson; Colaferri, Armando. Em Torno da Fundação de Jundiaí
  • Revista Museu de Jundiaí
  • Revista Paulistânia, 1955
  • Tomanik, Geraldo. As fotos, os traços e a História

 

atualizado em 31 de maio de 2017.



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